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terça-feira, 3 de junho de 2014

Projeto Malha

Projeto Malha pretende evitar mortes de animais nas estradas

Lançado em setembro de 2013 pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o Projeto Malha é a primeira grande iniciativa que visa reduzir os impactos de rodovias e ferrovias nas mortes de animais identificando as áreas críticas em todo o território nacional. Com um banco de dados preciso, revelando regiões e espécies mais atingidas, o CBEE pretende propor ações efetivas para reduzir os atropelamentos, como instalação de túneis, redes de proteção, passarelas ou até cordas que possam ser utilizadas por animais que vivem nas árvores. 

Aves

O CBEE estima que 475 milhões de animais silvestres são atropelados anualmente, 15 a cada segundo, nos 1,7 milhão de quilômetros da malha viária brasileira. Aves são as mais atingidas, seguidas de mamíferos. Em Goiás, espécies ameaçadas  de extinção como o lobo-guará e o tamanduá-bandeira são vítimas em potencial. Como em qualquer parte do país, não há uma estatística confiável em Goiás sobre o tema. Este ano, até 21 de maio, chegaram ao Centro de Triagem de animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e recursos Naturais (Ibama), 58 animais que sobreviveram ao impacto com veículos nas estradas goianas, 34 deles são aves. 
O Núcleo de Educação Ambiental do Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar também confirma a dificuldade de estimar a dizimação da fauna por atropelamento. A unidade costuma recolher animais mortos às margens de estradas e, após o processo de taxidermia, expõe em eventos, como a Exposição Agropecuária, por exemplo, para orientar a população sobre a preservação das espécies. Até mesmo uma rara onça preta integra a coleção do Núcleo de Educação Ambiental. 

Aplicativo
Fonte da imagem: Google Play

Com o uso da tecnologia, o coordenador do Projeto Malha, professor de ecologia da UFLA, Alex Bager, pretende montar uma grande rede brasileira de monitoramento. Desde abril, o Urubu Mobile, um aplicativo gratuito, por enquanto disponível para Android e Google Play, pode ser baixado por qualquer pessoa. Popularizado e utilizado, o aplicativo vai ajudar a criar o Banco de Dados Brasileiro de Atropelamento de Fauna Selvagem (Bafs) e contribuir para a formulação de políticas públicas que garantam a preservação da fauna em todos os Estados brasileiros. "A ideia é que qualquer pessoa baixe o aplicativo e o utilize por aí: motoristas de caminhão, taxistas, motoristas de ônibus, pessoas que costumam trafegar pelas estradas do Páis de um modo geral. Está sendo estabelecida a maior rede colaborativa de monitoramento de fauna que o Brasil já presenciou", diz Alex Bager. 

Aplicativo auxilia nos registros

Qualquer pessoa que tenha um celular inteligente ou tablet poderá baixar o aplicativo Urubu Mobile e colaborar com a coleta de dados sobre animais silvestres atropelados. Ao encontrar um animal morto na estrada a pessoa abre o aplicativo, fotografa e automaticamente a imagem é georreferenciada. Quando encontrar o sinal de uma rede wireless a imagem é enviada. Antes de ser incluída no banco de dados a foto é analisada por cinco especialistas que identificam a espécie. Sua finalidade não inclui atropelamento de animais domésticos (cães, gatos, vacas ou galinhas) e de humanos. 
Estudos no campo de Ecologia de Estradas realizados nos Estados Unidos mostram relação entre a implantação de uma rodovia e o declínio na diversidade genética da população de fauna  nos fragmentos que foram cortados pelo trecho. No Brasil, a inserção de medidas para a proteção à fauna silvestre em relação a atropelamentos em rodovias é uma prática relativamente recente. Sem planejamento, rodovias funcionam como barreiras ecológicas. Alex Bager, do Projeto Malha, ressalta que gestores públicos devem levar em consideração o atropelamento de fauna e a paisagem. "Isso torna a medida mitigadora estrutural mais econômica do que instalá-la após a rodovia construída."

Flora de Silvânia adere ao Projeto Malha

Em Goiás, até o momento, a única instituição pública que aderiu ao Projeto Malha foi a Floresta Nacional (Flona) de Silvânia. Servidores da unidade de conservação monitoram dois trechos de estradas que cortam o município: 30, 5 quilômetros da GO-010 (pavimentada) e 12 quilômetros da GO-437 (terra). De 30 de setembro de 2013 até 12 de maio de 2014, foram registradas na região 144 ocorrências de atropelamento de fauna silvestre, sendo 131 na primeira e 13 na segunda. 

Fonte: 
Texto (incompleto)de Malu Longo, 
Jornal O Popular, de 25 de maio de 2014, página 4.
E clicando aqui, você poderá instalar o aplicativo em seu smarphone ou tablet.


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