Páginas

Pesquisa Google

Pesquisa personalizada

terça-feira, 27 de maio de 2014

Peixe-leão: o que já sabíamos e o que podemos fazer

Peixe-leão: o que já sabíamos e o que podemos fazer

A questão da invasão do peixe-leão nas nossas águas é, antes de tudo, perturbadora. Já enfrentamos, ou pelo menos devíamos enfrentar a invasão de diversas espécies exóticas prejudicando a nossa biodiversidade marinha e de águas interiores. Entre os exemplos destaco o desastre do mexilhão dourado, trazido da Ásia provavelmente pela água de lastro de navios, que já se espalhou pelas principais bacias hidrográficas do país, principalmente no sudeste e centro-oeste, causando enormes prejuízos econômicos e ambientais; e o coral sol, uma espécie coralínea exótica que foi introduzida no ecossistema marinho da Baía da Ilha Grande, provavelmente por navios e plataformas de petróleo e gás, e que já foi encontrado até na Baia de Todos os Santos, no estado da Bahia.

Estudos sobre os impactos da introdução de espécies exóticas no Brasil têm sido realizados desde o início do século vinte, porém por longas décadas o foco primário das poucas ações de gestão ocorreu sobre organismos de importância comercial e fitossanitária para a agricultura. Nas décadas de 70 e 80, os esforços da comunidade científica nacional recaíram principalmente sobre as espécies exóticas de água doce. Apenas nos últimos anos esta preocupação foi estendida ao ambiente marinho.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) conduziu a primeira reunião relacionada ao tema amplo em 2001, com a participação de representantes dos países da América do Sul, e elaborou, em 2009, um “Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil”. Na época em que o informe foi elaborado já existiam 58 espécies exóticas registradas e divididas entre as categorias de detectadas (28), estabelecidas (21) e invasoras (9). Já estavam nessas contagens o mexilhão dourado e o coral sol, porém ainda nem se sonhava com o temido peixe-leão.

Mas a questão das espécies exóticas e invasoras, principalmente no caso marinho, é antes de mais nada, uma questão internacional. É praticamente impossível conter tais invasões sem parcerias e ações integradas entre todos os países.

Leia a matéria completa no ((O)) eco

Fonte:
((O)) eco
Acesso em 27/05/2014.
Leia mais no site do ((O)) eco

sábado, 24 de maio de 2014

Espécies brasileiras ameaçadas de extinção

Mais de mil espécies da fauna brasileira correm risco de extinção


Em comemoração ao Dia Internacional da Biodiversidade,  (22/05/2014), o Ministério do Meio Ambiente apresentou o inventário da fauna brasileira, onde foram analisadas mais de 7,6 mil espécies, entre 2010 e 2014. Na Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira, realizada por 929 especialistas do Brasil e do mundo, 14% das espécies, 1.051 do total, ainda estão em risco de extinção, sendo 121 com risco agravado.

Entre as espécies ameaçadas, 73% estão sob regime de proteção, em unidades de Conservação ou dentro de um Plano de Ação Nacional. Para o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, não há dúvida que a criação de unidades de conservação é uma medida necessária para proteger as espécies “em uma realidade como a brasileira, em que a dinâmica de ocupação dos habitats naturais é muito intensa”.

Para reforçar o trabalho dentro dessas unidades, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, assinou portaria que permite a aplicação de recursos de compensação ambiental, em até 10%, em atividades para a conservação de espécies ameaçadas. “Saímos de 1.022 para mais de 7 mil espécies inventariadas e nós queremos 14 ou 15 mil nesse catálogo, para isso precismos ter estratégia de médio e longo prazo, de redes de pesquisa de áreas prioritárias, como também recursos para serem dirigidas. Então estamos vinculando às unidades de conservação recursos com vistas à pesquisa e proteção dessas espécies”, afirmou.

A ministra anunciou a retirada de 77 espécies da lista de espécies ameaçadas de extinção, que será publicada pelo ICMBio, no segundo semestre deste ano. Uma dessas espécies,  a baleia jubarte.

Segundo Izabella Teixeira, um conjunto de ações permitiram a saída da jubarte da lista, como “a visão de longo prazo com a estratégia de aumentar a proteção dos animais, de proibir a captura, somados ao grande programa de conservação feito pelo Instituto Baleia Jubarte, de estudar o comportamento da espécie, mapear as rotas migratórias e estabelecer, nestas áreas, medidas de manejo e conservação.”

O governo brasileiro também anunciou uma campanha mundial pela criação do Santuário Internacional do Atlântico Sul para as Baleias. A proposta será avaliada em setembro pela Comissão Baleeira Internacional e tem o objetivo de impedir a caça comercial nessa área do oceano, onde ainda vigora a moratória internacional sobre a captura desses animais.

Além disso, o ministério apresentou um conjunto de medidas destinadas a proteger toda a fauna brasileira, como a criação de uma força tarefa especial dedicada ao combate ao tráfico ilegal das espécies ameaçadas de extinção. Segundo Izabella Teixeira, o Ibama, ICMBio, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal já estão realizando ações, de caráter permanente, em torno de espécies como o peixe-boi da Amazônia, boto-cor-de-rosa, arara-azul-de-lear, onça-pintada e o tatu-bola.

Também foi foram anunciadas a criação do Prêmio Nacional da Biodiversidade, editado anualmente, a Bolsa Verde para comunidades que vivem em regiões relevantes para conservação de espécies ameaçadas, a reintrodução do peixe-boi-marinho no Caribe e acordos com os ministérios da Pesca e Aquicultura e da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil

Fonte: 
Acesso em 23/05/2014

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Jaritataca

Jaritataca
(Conepatus semistriatus)

A jaritataca (Conepatus semistriatus) é um animal pequeno, com cerca de 30 a 52 cm de comprimento, cauda entre 16 e 31 cm e que costuma pesar algo entre 1,4 e 4,0kg. Sua cabeça é arredondada, corpo compacto e patas dianteiras com garras longas e negras, focinho longo e sem pelo. A volumosa cauda tem pelos negros na base e brancos até o final. Os pelos do corpo variam de uma coloração preta ou marrom-escuro, com duas listas brancas que correm por cima do dorso, divididas em duas, que seguem paralelas até a base da cauda.

Conhecido popularmente como jitira, jaratataca, jacarambeva, tiaca, cangambá e, também gambá, o Conepatus semistriatus é um mamífero onívoro da família Mephitidae. No entanto, os mefitídeos, que incluem o cangambá e as chamadas doninhas fedorentas, apesar das semelhanças do mecanismo de defesa – uso de odores fétidos contra ameaças –, não podem ser chamadas de gambás, que são marsupiais, como o canguru.

A espécie ocorre no sul do México, norte da Colômbia, Venezuela, Peru e Brasil. No território brasileiro, ocorrendo no Cerrado e Caatinga, da região Nordeste do país ao estado de São Paulo. A espécie é amplamente distribuída na sua área de ocorrência e relativamente abundante, porém pode ser bastante rara em alguns locais como no do Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.

O C. semistriatus prefere as áreas de vegetações abertas típicas de seus habitats, evitando regiões de matas mais densas. A espécie apresenta boa tolerância a ambientes alterados pela ação humana, além de serem tolerantes à áreas de lavoura, como canaviais e plantações de eucalipto.

É um animal solitário e de hábitos noturnos. Ele se torna ativo logo após o pôr do sol quando sai de sua toca, uma estrutura que, quando não é cavada pela própria jaritataca, é um buraco cavado por outra espécie – como cupinzeiros ou tocas de tatus – que pegou "emprestado". Tem como arma de defesa própria e de seu território a secreção de um líquido de odor bastante desagradável.

Alimenta-se de insetos e outros invertebrados, pequenos vertebrados e frutos.

Pouco se sabe sobre o comportamento reprodutivo da espécie: unem-se ao sexo oposto apenas durante o período de reprodução. A duração da gestação é de aproximadamente 60 dias onde nascem de 4 a 5 filhotes.


As ameaças comuns à espécie são fragmentação e perda do habitat. Além disso, esses animais são também observados próximos a habitações humanas, o que pode torná-los passíveis de ameaças, como predação por cães domésticos ou atropelamentos nas rodovias brasileiras. Outro fator é a caça: apesar de sua pele possuir pouco valor, a espécie é caçada em alguns países e, na região da Caatinga brasileira, caçada para subsistência, utilizada como alimento e/ou medicamento.

Fonte:
((O)) eco
Acesso em 23/05/2014.
Leia mais no site do ((O)) eco

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Rato da Serra

Rato da Serra
(Drymoreomys albimaculatus)


No início de 2011, um grupo formado por Alexandre Reis Percequillo, do Departamento de Ciências Biológicas da USP de Piracicaba, Marcelo Weksler, do Museu Americano de História Natural, e Leonora Costa, da Universidade Federal do Espírito Santo, publicaram na revista científica Zoological Journal of the Linnean Society a descoberta de uma nova espécie: Drymoreomys albimaculatus.

A descoberta é mais uma demonstração de que a Mata Atlântica, o bioma brasileiro mais estudado e, infelizmente, devastado, ainda guarda muitas surpresas.

O nome científico da espécie Drymoreomys albimaculatus significa, literalmente, rato das florestas e montanhas (Drymoreomys) com manchas brancas (albimaculatus). Tem esse nome porque é encontrado somente na floresta úmida das encostas orientais da Serra do Mar de São Paulo e Santa Catarina, o que o torna um gênero endêmico da Mata Atlântica.

O D. albimaculatus é um roedor de tamanho médio com cerca de 30 cm de comprimento da cabeça à ponta da cauda, e com massa corporal de 44 a 64 gramas. Os pelos do corpo são longos e densos, laranja-avermelhados na maior parte. As pequenas e arredondadas orelhas são cobertas com pelos dourados na parte externa e castanho-avermelhados na superfície interna. O ventre é acinzentado com manchas brancas. A cauda longa é completamente castanha e tem entre 14 e 17 centímetros.

A espécie parece ser adaptada às áreas montanhosas e de encosta, com densa floresta úmida. Foi encontrada em florestas perturbadas e secundárias, bem como em florestas intactas. Apesar disso,  seus descobridores especulam que precisa floresta contígua para sobreviver. A época reprodutiva foi observada em diferentes momentos, o que sugere que a espécie se reproduza o ano todo. Devido às suas características morfológicas, como as grandes almofadas nas patas, acredita-se que tenha hábitos arbóreos, isto é, uma espécie que vive em árvores.

Embora a área de ocorrência do D. albimaculatus seja relativamente grande e inclua algumas áreas protegidas (por exemplo, o Parque Nacional da Serra do Itajaí), a distribuição é pequena – só foi encontrado em sete localidades – e o habitat – a Mata Atlântica – é ameaçado. Por esta razão, os descobridores recomendam que a espécie seja classificada como Quase ameaçada na lista vermelha da IUCN.

Fonte:
((O)) eco
Acesso em:22/05/2014
Leia mais matérias no site do ((O)) eco.





Beija-flor rabo-branco-acanelado - o eremita dos planaltos

Beija-flor rabo-branco-acanelado
Phaethornis pretrei


O beija-flor Phaethornis pretrei, como todos os membros da familía dos troquilídeos (beija-flores), é uma ave típica das Américas. Esta espécie em particular é originária da América do Sul, encontrada na Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. Aqui ocorre do Maranhão ao Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso.

No Brasil, ele é conhecido por beija-flor rabo-branco-acanelado. Também o conhecemos por limpa-casa, beija-flor-de-rabo-branco e rabo-branco-de-sobre-amarelo. Nos países de língua espanhola e no resto do mundo, tem um nome mais romântico: ele é o beija-flor eremita ou o eremita dos planaltos.

A ave mede 15 cm de comprimento do bico à ponta da cauda, o que faz dela uma das maiores espécies de beija-flores brasileiras. Neste quesito é um forte concorrente do beija-flor-violeta (Colibri coruscans).

A plumagem é na maior parte, de uma cor de canela, com uma longa cauda com penas terminam numa ponta branca. Daí o seu nome em português rabo-branco-acanelado. A asas e o entorno dos olhos são negros, como também é a parte superior do bico, comprido e ligeiramente curvado para baixo, e base vermelha.

Sua dieta consiste principalmente do néctar de flores e também de pequenos artrópodes. É uma ave de hábitos diurnos, como todos da família, é muito ativa, sempre em busca de alimento. Seu metabolismo acelerado só encontra descanso à noite, quando praticam o torpor: uma forma de descanso muito bem descrita por Marcos Rodrigues colunista de ((o))eco.

Vive em áreas semi-abertas e abertas, como o Cerrado e a Caatinga, mas também está presente no Pantanal. Pode ser avistado nas bordas de florestas úmidas e semidecíduas, matas ciliares, em parques e jardins. Seus ninhos têm uma forma cônica alongada, e terminam num apêndice caudal mais ou menos longo, servindo de contrapeso. São feitos de restos de plantas acumulados em espessa camada e fixados com teias de aranha e saliva da própria ave, suspensos na face interior das folhas de árvores de folhas largas como as palmeiras, samambaias e helicônias. Não é incomum ver um ninho fixado sob construções humanas, como beirais de telhados e lustres no interior de residências.

Entre agosto e novembro, se dá a época do acasalamento. O macho, a fim de atrair a atenção da fêmea, faz uma pequena exibição: abre o bico e exibe a boca, a língua e a mandíbula. Todas essas partes tem um vívido colorido, atraente às fêmeas. Também exibem a cauda expandida em forma de leque. Quando o casal é definido, realizam um "voo pré-nupcial": o macho persegue a fêmea, ambos piando, por dentro da mata fechada.

A fêmea coloca dois ovos que serão incubados por um período de 12 a 15 dias. Os irriquietos filhotes deixam o ninho depois de três semanas de idade.

De acordo com a IUCN, o Phaethornis pretrei é classificado como uma espécie Pouco Preocupante, no que se refere ao risco de extinção. O beija-flor eremita não só tem uma área de ocorrência bem ampla, como também não parece sofrer uma queda populacional significativa. Ainda veremos essa bela ave por algum tempo. Uma boa notícia.

Fonte:
((O)) eco - Texto de Rafael Ferreira
Acesso em 22/05/2014.
Leia mais no site do ((O)) eco




quarta-feira, 21 de maio de 2014

Museu de Londres recebe carcaça de mamute

Museu de Londres recebe carcaça mais bem conservada de mamute

Segundo cientistas, é o mais completo resto mortal desta espécie, já extinta no planeta.
O espécime de mamute foi encontrado congelado na Península Yamal, na Sibéria, em 2007. Estima-se que Lyuba, nome derivado da palavra amor, em russo, tenha morrido há 42 mil anos, com um mês de idade. O mamute mede 85 centímetros de altura e 130 de comprimento.

O corpo foi levado com todo cuidado para o museu londrino, onde será exposto na exposição “Mamutes: Gigantes da Era do Gelo”, que teve início em março e segue até setembro. A peça pertence ao Museu de Shemanovsky, na Rússia.

Extintos
Os mamutes apareceram na África há três milhões ou quatro milhões de anos. Há dois milhões de anos, emigraram para Europa e Ásia, e chegaram à América do Norte há 500 mil anos, passando pelo Estreito de Bering.

Para a ciência, continua sendo uma incógnita a causa de seu desaparecimento, que começou há 11 mil anos, quando a população destes animais reduziu drasticamente até a total extinção dos últimos exemplares siberianos, há 3,6 mil anos.

Fonte: 
G1 - Acesso em 21/05/2014
Para  ler a matéria completa e ver as fotos, clique aqui e visite o site do G1.

terça-feira, 20 de maio de 2014

O venenoso Peixe-leão é encontrado no Brasil

O venenoso Peixe-leão é encontrado no Brasil


No dia 10/05/2014, mergulhadores encontraram um exemplar do peixe-leão (Pterois volitans) em Arraial do Cabo, na região dos lagos, no Rio de Janeiro. Na terça, pesquisadores realizaram uma operação para capturar o animal que foi enviado ao Laboratório de Ecologia e Conservação de Ambientes Recifais da Universidade Federal Fluminense (LECAR-UFF).

Dono de um apetite feroz, o Pterois volitans é originário da região oceânica do Indo-Pacífico que foi introduzido de maneira acidental nas ilhas do Caribe. Venenoso e sem predador no local, se transformou numa praga que dizimou (e dizima) centenas de peixes menores e crustáceos. Por isso, a notícia de que um exemplar tenha sido avistado na costa brasileira preocupa especialistas.

De acordo com a Associação das Empresas de Mergulho Recreativo, Turístico e de Lazer de Arraial do Cabo (AMA), cuja equipe participou da captura da espécie, o próximo passo é esperar o relatório que os pesquisadores da UFF farão para tentar identificar como o animal chegou no país e se ele é o único.

Fonte:
((O)) eco
Acesso em 20/05/2014
Veja mais no site do ((O)) eco
Veja também outra matéria sobre o peixe-leão no mesmo site:  ((O)) eco


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Veado-catingueiro

Veado-catingueiro
Mazama gouazoubira


O veado-catingueiro (Mazama gouazoubira) é, provavelmente, a espécie de cervídeo mais abundante do Brasil, presente em todos os seus biomas. Por essa razão, é reconhecida por uma variedade de nomes, tais como: veado-virá, virá, virote, guaçutinga, guaçucatinga, cabra silvestre, guaçubirá. Também é encontrado desde o México até a Argentina, onde recebe os nomes de corzuela común, corzuela parda, guazu, guazu virá.

Bem adaptável, o Mazama gouzazoubira pode habitar áreas altamente modificadas pelo homem, o que explica a sua abundância: provavelmente, a própria ação humana tenha beneficiado a espécie em algumas localidades, pela remoção da floresta originalmente presente em grande parte de sua área de distribuição, o que permitiria seu avanço sobre áreas antes indisponíveis. Importante ressaltar que esta é uma característica preocupante, já que dá à espécie um alto potencial invasor, pois vai competir com vantagem sobre os habitats de outras espécies do gênero Mazama, que são menos competitivas e ecologicamente mais próximas (isto é, mais raras).

O catingueiro é um cervo de pequeno porte, pesando em torno de 18 Kg, com altura média de 50 a 65 cm e entre 88,2 e 106 cm de comprimento. A coloração geral dos indivíduos é extremamente variável, podendo ir do cinza escuro até o marrom avermelhado. A região ventral é mais clara, com áreas brancas na parte inferior da cauda e face interna da orelha. A maioria dos indivíduos tem uma pinta branca acima dos olhos, que é característica exclusiva dessa espécie. Os chifres, quando presentes, não são ramificados, possuem entre 6 e 12 cm de comprimento.

Ele parece evitar florestas altas, preferindo áreas de vegetação densa como capoeiras, bordas de mata e matas em regeneração inicial. Sua grande flexibilidade ecológica – como já observado – também permite que ocupe áreas modificadas pelo homem e áreas agrícolas como: canaviais e plantios comerciais de eucalipto e pinheiro.

São animais geralmente diurnos e solitários, mas podem formar pequenos grupos em período de escassez de alimentos ou na época de acasalamento. Demonstram um comportamento fortemente territorialista, com marcação de território feita principalmente pelos machos através do uso de sinais odoríferos e visuais (exemplos: retirada de cascas de árvores com os incisivos inferiores, a deposição de fezes e urina ou a sinalização através de glândulas odoríferas). Apesar disto, são tímidos e esquivos, presas constantes de onças – onça-pintada (Panthera onca) e a onça-parda (Puma concolor) são seus principais predadores –, pumas, cachorros-do-mato e principalmente do homem.

Alimentam-se de frutas, flores e folha. Embora a disponibilidade de alimentos ao longo do ano afeta diretamente a reprodução dos cervídeos, o veado-catingueiro ainda é capaz de se reproduzir em todos os meses do ano, mesmo quando há escassez periódica. Uma fêmea pode ter duas ninhadas em um mesmo ano. A gestação dura cerca de 7 meses e gera um filhote por vez. Os filhotes com pintas brancas na pelagem que começam a desaparecer do quarto até o sexto mês. Os pequenos ficam escondidos na vegetação densa nas primeiras semanas de vida e permanecem com a mãe durante oito meses ou até o nascimento da próxima cria. A desmama ocorre por volta do 3° ao 4° mês de vida.

Embora a espécie apresente tendência de ampliação de área de ocorrência e da área de ocupação, e uma população total de indivíduos maduros maior que 10 mil indivíduos, em razão da destruição de hábitat, por doenças transmitidas por animais domésticos (zoonoses) e à caça, a espécie já está presente na lista de Referência da Fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul, na categoria de "vulnerável" e na lista das espécies ameaçadas de extinção do estado do Rio de Janeiro, como "em perigo". Mesmo assim, pela característica da abundância é globalmente avaliada como MenosPreocupante (LC) pela IUCN e pelo ICMBio.

Acesso em 19/05/2014


sábado, 17 de maio de 2014

Gestão comunitária está salvando o pirarucu na Guiana

Gestão comunitária está salvando o pirarucu na Guiana

A quantidade de pirarucus na Guiana (Arapaima arapaima) está se recuperando graças a um plano de gestão comunitário que envolve o governo, comunidades indígenas e organizações ambientais. Durante um período de aproximadamente 10 anos, o número de pirarucus adulto com mais de 1 metro de comprimento passou de 400 para mais de 5.000 peixes, de acordo com as contagens feitas pelas comunidades da região do Rupununi. Um dos maiores peixes de água doce do mundo, o pirarucu é um gigante que atinge comprimentos de até 3 metros e pode pesar 250 quilos. Estes peixes passam até 20 minutos debaixo de água, mas precisam completar seu suprimento de oxigênio indo à superfície para respirar. Esta capacidade advém de bexigas natatórias modificadas, que funcionam como pulmões e é especialmente usada durante a estação seca, quando as águas estão baixas e pobres em oxigênio. Entretanto, vir à superfície torna-os alvos fáceis para os pescadores. Na Guiana, pirarucus são protegidos por lei, junto com o jacaré-açu (Melanosuchus niger), a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), e a ariranha (Pteronura brasiliensis). A espécie está listada pela CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens Ameaçadas de Fauna e Flora), em seu Anexo II, o que significa que ainda não está ameaçada, mas será a menos que a pesca excessiva termine. Na Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas, a espécie é listada como "Dados Insuficientes" (Data Deficient).
"Até recentemente, ninguém estava prestando atenção ao pirarucu", disse Deidre Jafferally, que participa do plano de manejo do pirarucu desde o seu início. Ela é uma estudante de doutorado ligada ao Centro Internacional Iwokrama, uma das organizações ambientais envolvidas neste projeto de conservação. "Embora já soubéssemos que havia problemas, não havia dados internacionais que apoiassem esta conclusão, porque faltava uma metodologia de contagem dos peixes".
Por volta de 2001, verificou-se que a sobrevivência da espécie estava ameaçada, pois as primeiras contagens revelaram o declínio das populações de pirarucu. Embora a redução tenha sido detectada na década de 1990, os pesquisadores acreditam que ela é resultado de um período de 30 ou 40 anos de pesca excessiva. Os relatos indígenas confirmaram as impressões dos pesquisadores e deram impulso para criar um plano de manejo. Organizações ambientais como a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e WWF Guiana (World Wildlife Fund Guianas) forneceram os recursos em um total de 122 mil dólares para o desenvolvimento e execução do plano de gestão do pirarucu.
No entanto, enquanto o pirarucu ressurge, a receita advinda da pesca sustentável ainda não alcançou o vulto previsto, o que levou os moradores a pedir mudanças no plano.
Rebecca Xavier é uma indígena da tribo Wapishana, da Guiana. Ela vem da aldeia de Wowetta, uma das comunidades indígenas do Rupununi do Norte. "Em 2011, fiz parte do projeto de contagem do pirarucu. Eu trabalhava como assistente do gerente do projeto, um trabalho que pagava um salário mensal e que me manteve por um ano", disse ela.
No entanto, ela diz que o dinheiro gerado a partir da venda de carne de pirarucu, nas quantidades permitidas pelo plano de manejo, não é suficiente para os habitantes de Wowetta, uma aldeia com população de cerca de 330 pessoas. "Esta comunidade não tem realmente se beneficiado com o projeto, apesar do crescimento da população de pirarucus", disse Xavier.
No início, prometeu-se aos moradores que cada comunidade iria ganhar perto de $1 milhão em dólar da Guiana (equivalente a 5 mil dólares americanos) por ano com a venda de carne de pirarucu. Mas Xavier disse que nenhuma das aldeias, incluindo a sua própria, fez dinheiro substancial com a implementação do plano devido ao baixo percentual de pesca permitida. O número de peixes pescados foi uma fração do inicialmente previsto e a receita produzida com a venda, insignificante.
"Estamos vendo mais pirarucu nos rios e lagos", disse Michael Williams, coordenador de implementação do plano e também membro de uma das comunidades envolvidas. Segundo ele, o retorno financeiro decepcionante para as aldeias fez com que pedissem mudanças no plano, de modo a aumentar a taxa de captura permitida, na medida em que a população de pirarucus aumenta.
Surgiram também novas ideias. O plano original só englobava a pesca e venda da carne. Hoje, as comunidades pensam em outros negócios potenciais como a pesca desportiva e a aquicultura.

Fonte : 
((O)) eco
Acesso em: 17/05/2014.
Veja a matéria completa no site do ((O)) eco, clicando aqui.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Países se unem contra tráfico de animais silvestres

Países se unem contra tráfico de animais silvestres

Líderes de 46 países se comprometeram a ‘“tomar ações decisivas e urgentes” para combater o tráfico internacional de espécies selvagens. A “Declaração de Londres” foi assinada essa semana, na capital inglesa, após dois dias de negociações a portas fechadas. Entre as medidas que as nações se comprometeram a adotar estão ações para erradicar o mercado de produtos oriundos da caça ilegal, acordos para fortalecer a aplicação das leis e promoção de alternativas sustentáveis para a sobrevivência e o engajamento das populações locais na luta contra a caça ilegal de animais selvagens.

A reunião foi acompanhada por organizações não-governamentais que lutam contra o tráfico internacional de espécies e também por instituições que podem agir ou oferecer recursos para combater esse tipo de crime. O Fundo Mundial para o Meio Ambiente (WWF) e a Traffic, rede internacional que monitora o tráfico de animais e plantas, divulgaram uma nota onde acolhem a declaração. Segundo as organizações, o documento reconhece as graves consequências econômicas, sociais e ambientais do  tráfico internacional da fauna e da flora, destacando que a caça ilegal e o tráfico estão sendo controlados por organizações criminosas que minam o estado de direito, a boa governança e encorajam a corrupção.

Para a conselheira-chefe para espécies do WWF do Reino Unido, Heather Sohl, os governos que assinaram a declaração enviaram uma forte mensagem: “Crime contra a vida selvagem é um crime sério e tem que ser interrompido. Esse tráfico assola populações de espécies, mas também tira a vida de guardas-florestais, impede o desenvolvimento econômico dos países e desestabiliza a sociedade por meio da corrupção”, afirmou. Heather Sohl acrescentou que existe uma crise que precisa de atenção global urgente. Para ela é preciso garantir apoio político para a nomeação de um representante especial das Nações Unidas para tratar do tema.


Entre os países que assinaram a declaração estão alguns dos mais impactados pela caça ilegal de elefantes, como a República Democrática do Congo, o Gabão, o Quênia e a Tanzânia. Outros países, que representam pontos de passagem do marfim que vai da África para a Ásia assinaram, como Togo, Filipinas, Malásia e, o maior mercado ilegal do marfim, a China. África do Sul, Moçambique e Vietnã, afetados pela caça dos rinocerontes, também participaram das negociações e aceitaram o acordo.

Fonte:
((O)) eco
Acesso em 16/05/2014

Veja matéria completa no site do Eco, clicando aqui.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O beija-flor violeta

O beija-flor violeta
(Colibri coruscans)


Durante a sua expedição ao Monte Roraima, o colunista de ((o))eco e biólogo Fábio Olmos, relatou ter encontrado, dentre muitas aves, um curioso beija-flor-violeta (Colibri coruscans). Este breve encontro inspira o post desta semana.

Beija-flores são aves de pequeno porte, que medem em média de seis a doze centímetros de comprimento e pesam entre dois e seis gramas. O Colibri coruscans tem 13 a 15 centímetros de comprimento. Os machos pesam de 7,7 a 8,5 gramas, enquanto as fêmeas pesam de 6,7 a 7,5 gramas. Isto faz desta espécie, sem dúvida, o maior dos beija-flores.

A plumagem do beija-flor-violeta é na sua maior parte de um verde azulado brilhante, à exceção das asas que são de roxo escuro e dos bicos e pés, que são pretos.

Ele é encontrado nas terras altas do norte e oeste da América do Sul, incluindo uma grande parte dos Andes, a faixa costeira venezuelana e os tepuis. Também é encontrado na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Guiana e Peru. No Brasil, está na região norte, no estado de Roraima. Ele consegue viver em ampla gama de habitats verdes semiabertos, como florestas de coníferas ou de eucaliptos, planície e até em jardins e parques.

O beija-flor-violeta é uma ave nectívora (isto é, se alimenta de néctar), mas sua dieta também inclui pequenos insetos, que é capaz de capturar em pleno voo.

Uma ave bastante vocal e agressivamente territorial. Solitários, eles demarcam seu território através do canto, atividade que ocupa boa parte do seu dia. Os cantos variam entre os subgrupos, que desenvolvem suas próprias chamadas.


O período reprodutivo varia de região a região, mas o procedimento é o mesmo: as fêmeas vão encontrar seus companheiros em leks, áreas onde grupos de machos se exibem na tentativa de atrair uma fêmea para o acasalamento. Após o acasalamento, o macho parte e deixa as responsabilidades de nidificação para a fêmea. A mãe coloca dois ovos em um pequeno ninho em forma de taça feita de galhos e folhas. Os ovos eclodem em 17 a 18 dias e os jovens deixarão o ninho em breves três semanas.

Fonte:
((O)) eco
Acesso em:01/05/2014
Conheça mais no site do ((O)) eco