Descontrole sobre plantel e irregularidades são alvo de investigação no Zoológico de Goiânia
O Jornal O Popular noticiou hoje mais informações sobre os acontecimentos que tem intrigado e deixado perplexa a população: as mortes em série de animais no Zoo de Goiânia.
Na semana passada foi formada uma equipe composta por membros de várias instituições, entre elas, o próprio Zoológico, O Ibama de Goiás e do Distrito Federal, o Conselho de Veterinária e a Universidade Federal de Goiás, para levantar os problemas existentes no zoo e fazer um diagnóstico emergencial único, indicando caminhos.
Conforme noticiado em O Popular: "Em meio à série de mortes de animais, investigações da Polícia Federal e do Ibama apontam problemas e irregularidades no Zoológico de Goiânia. Entre 2003 e 2004, 311 bichos sumiram sem comprovação de mortes ou retirada. O fluxo de espécies é discrepante em relação ao plantel de hoje de 540 animais. De 2001 a 2005, 2.239 bichos chegaram ao Zoo, que recebia só R$1.000, 00 reais por ano para comprar remédios veterinários. Apesar da lotação, eram feitas permutas irregulares, principalmente com criadores particulares e troca de espécies por material de construção, insumos para laboratório e remédios."
As investigações da Polícia Federal e Ibama apontam que são inúmeros os problemas e irregularidades no Parque Zoológico, onde desde Janeiro de 2009 até o dia 28/08/09, já morreram 69 animais. Em cinco anos ( de 2001 a 2005) 2.239 bichos de diferentes espécies chegaram ao parque. Embora o zoológico só dispusesse de hum mil reais por ano para comprar remédios veterinários, os animais não paravam de entrar. Com superlotação, permutas irregulares eram realizadas, principalmente com criadores particulares. O zoo recebia animais com estado de saúde e procedência praticamente desconhecidos; trocava espécies por material de construção, insumos para laboratório e medicamentos; mesmo com superlotação, a estrutura do local era utilizada por criadores particulares para manter seus animais por determinado período.
O fluxo intenso de animais, sem as mínimas condições de atendimento médico-veterinário, fez explodir a quantidade de mortes a partir de 2005. Conforme o levantamento fornecido para as investigações da PF, foram 47 mortes em 2001, 26 em 2002, 15 em 2003 e 9 em 2004. Em 2005, o número subiu para 165 animais mortos.
O Ibama até chegou a mudar a direção do Parque pelo desaparecimento de 125 animais em 2005. E um inquérito policial foi aberto em 2005 para investigar um suposto tráfico e encerrado em Julho deste ano, onde ninguém foi indiciado por duas razões: falta de provas do tráfico de animais, já que não houve individualização das responsabilidades pelo sumiço de dezenas de espécies; e a prescrição dos outros crimes cometidos como a permuta ilegal de bichos do Zoológico. O processo está na Justiça Federal, à espera de uma decisão sobre a continuidade das apurações. No último dia 10, o procurador da República Divino Donizete da Silva encaminhou os autos para o Ministério Público estadual, para que sejam apurados indícios de improbidade administrativa e de crimes contra a administração pública estadual e municipal.
Com as investigações, a PF conseguiu identificar onde estão os criadouros que mais recebiam animais silvestres do Zoológico. Eles estão em cidades goianas como: Hidrolândia, Nazário, Jaraguá, Corumbaíba, Crixás e Aparecida de Goiânia. A essas empresas eram feitas doações, empréstimos, transferências e permutas de bichos, prática recorrente também com os zoológicos de Brasília e São Paulo, com parques em Goiás e em Pernambuco e com universidades.
Fonte:
Jornal O Popular, de 31 de agosto de 2009
Ano 71, nº 20.330
Páginas 4 e 5
Esperamos que as investigações sejam concluídas e que sejam apuradas as devidas responsabilidades, pois o Zoológico de Goiânia é um lugar de referência para a visitação da população, principalmente nos finais de semana, que pode assim conhecer uma diversidade de animais, inclusive muitos animais da fauna do Cerrado.
A população está consternada com tantas mortes de animais e espera ver o caso solucionado.
Veja um vídeo no G1 e também mais informações. É só clicar no link:
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1283839-5598,00.html
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