A importância dos cupins para os ecossistemas
A fauna de invertebrados do Cerrado ainda é pouco conhecida, porém estima-se que o número de espécies endêmicas seja bastante grande. Entre as espécies de invertebrados, encontram-se os cupins, que são um grupo importantíssimo para os ecossistemas do Cerrado pelo seu papel na cadeia alimentar como decompositores e base da dieta de vários animais. Os cupinzeiros são locais de acúmulo de matéria orgânica e servem como abrigo para muitas outras espécies de animais.
Esses invertebrados são muito importantes para a continuidade dos ecossitemas, porque além de servirem de alimento para muitos animais, modificam as condições do solo e influenciam a vegetação.
Os cupins tem uma forma de organização social semelhante à das formigas, grande parte das espécies de abelhas e parte das espécies de vespas. A organização social dentro da colônia acontece com a divisão do trabalho. Os indivíduos de uma casta são adaptados para a reprodução e o de outras castas nunca se reproduzem. As castas estéreis cuidam do trabalho e limpeza do cupinzeiro. Algumas espécies como o Cornitermes cumulans, constroem galerias subterrâneas e montes de dois metros ou mais de altura. Já outros, como algumas espécies de Neocapritermes, fazem sua colônia só subterrânea. Numa colônia existem três tipos de indivíduos: o casal de reprodutores formado pelo rei e a rainha, os soldados que são encarregados da defesa da colônia e o grupo dos operários que buscam os alimentos, fazem a limpeza do cupinzeiros e cuidam dos jovens. Os soldados e operários podem ser machos ou fêmeas mas são estéreis. O rei e a rainha estão periodicamente copulando e ela põe os ovos com novos soldados e operários para a colônia. Geralmente, uma vez por ano, um grupo de ovos eclode com indivíduos sexuados e que vão ter vida alada. Mesmo muito jovens já apresentam já apresentam asas e dentro de três ou quatro meses as asas crescem e os cupins ficam adultos. Com a chegada das chuvas, os cupins alados saem em revoada. Eles vão fundar novas colônias. Nesse momento, são chamados de aleluias ou siriris. Quando pousam, fazem um movimento no corpo para perder as asas e saem procurando um parceiro ou parceira. Assim como ocorre com outros animais, entre os cupins também acontece um ritual de corte. Se ocorrer a aceitação de ambos os indivíduos, eles caminham juntos procurando o local adequado para fundarem uma nova colônia. Ao encontrarem, começam a cavar e no final do túnel criam um espaço maior para iniciar a colônia. Copulam, e enquanto a fêmea não põe os ovos e eles não eclodem para formar a nova geração, o rei e a rainha fazem todo o trabalho dos soldados e operários. Buscam alimentos, defendem a colônia e cuidam dos jovens que vão nascendo. As revoadas desses insetos podem ser de centenas ou milhares de cupins alados. No entanto, poucos conseguem montar a nova colônia. Muitos não conseguem encontrar o parceiro e outros são predados. (Texto adaptado)
Fontes:
Vivendo no Cerrado e Aprendendo com ele
Marcelo Bizerril
Editora Saraiva. São Paulo, 2004
e
Revista Cerrado – 1995
Wagner José de Oliveira Rolim e Sidney Dutra Corrêa
Universidade Federal de Goiás (Instituto de Ciências Humanas e Letras – Departamento de Comunicação Social)
Gráfica e Editora Bandeirante Ltda
Obs: O texto acima foi baseado nas fontes citadas, sendo que na " Revista Cerrado - o que você precisa saber para preservá-lo", a matéria é uma entrevista muito interessante com o professor da UFG Divino Brandão, um estudioso das diversas espécies de cupins.
Interessante, educativo! Parabéns pelo texto.
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