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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O leão

O leão

(Vinícius de Moraes)

Leão! Leão!Leão!
Rugindo como um trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês

Leão! Leão!Leão!
És o rei da criação

Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda
Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro

Leão! Leão!Leão!
És o rei da criação

Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não
Leão! Leão!Leão!
És o rei da criação

O salto do tigre é rápido
Como o raio, mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o leão dá

Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte
Pois bem, se ele vê o leão
Foge como um furacão

Leão! Leão!Leão!
És o rei da criação
Leão! Leão!Leão!
Foi Deus quem te fez ou não

Leão se esgueirando à espera
Da passagem de outra fera
Vem um tigre, como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranquilo
O leão fica olhando aquilo
Quando se cansam, o leão
Mata um com cada mão.

Fonte:
A arca de Noé: poemas infantis, São Paulo: Companhia da Letras, 1991


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