Você sabia que existem abelhas sem ferrão?
Ao contrário do que se imagina em muitas abelhas, o ferrão não é um mecanismo de ataque e, sim de proteção. Em geral as abelhas fazem uso dele quando sentem suas colônias ameaçadas. Mas algumas abelhas não têm ferrão para se defenderem. Ou seja, algumas abelhas são absolutamente inofensivas porque o ferrão é atrofiado, isso quer dizer que não se desenvolveu. Elas são conhecidas como "abelhas indígenas sem ferrão", porque há muito tempo têm sido criadas pelos índios para a produção de mel. São encontradas principalmente nas regiões tropicais.
No Brasil, há uma grande variedade dessas abelhas, que desempenham um importante papel na polinização da maioria das árvores nativas do nosso território e a assim a reprodução de muitas árvores depende da visita destes insetos.
E como não têm ferrão, essas abelhas se protegem tentando se esconder. Suas colônias ficam camufladas na mata e em local de difícil acesso. Diferentemente das abelhas com ferrão, que têm suas colmeias abertas, as sem ferrão constroem as suas dentro de troncos de árvores com paredes grossas ou até em buracos no solo, aproveitando-se dos ninhos e da proteção de formigas agressivas.
Para evitar a invasão de outros insetos, as abelhas sem ferrão espalham uma substância pegajosa na entrada da colmeia, o que dificulta o acesso de invasores. Já contra os inimigos maiores, como os vertebrados, a tática é enrolar-se nos pelos ou cabelos e aplicar pequenas mordidas na pele do predador com suas mandíbulas afiadas, que podem ser bem dolorosas.
A explicação mais provável dos pesquisadores para o atrofiamento do ferrão das abelhas é de que todas as abelhas tinham o ferrão desenvolvido no passado. A seleção natural cuidou para que as abelhas que tivessem ferrões menos desenvolvidos se adaptassem melhor ao meio ambiente. O mesmo aconteceu com o seu tamanho: abelhas sem ferrão são muito pequenas em relação às abelhas com ferrão, e para sobreviverem no ambiente precisariam mesmo ser bem menores.
Fonte:
Revista Ciência Hoje das Crianças
Nº 241 - Dezembro de 2012
Texto (adaptado) de :
Karlla Patrícia Silva,
Departamento de Entomologia do Museu nacional,
Universidade Federal do Rio de Janeiro
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